Que queria a pedra embaixo da árvore?
Queria que a árvore não fosse cortada.
Nada tinha de ligação uma com a outra.
Mas não tendo árvores, talvez não haveria mais pedra.
Um toco e uma pedra poderiam ainda servir de assento.
Esse era um pensamento positivo da pedra.
Mas quem se habilitaria a manter os dois ali no chão?
O propósito da árvore já tinha acabado.
O da pedra nunca existiu.
A árvore foi derrubada antes de qualquer especulação otimista da pedra.
E a pedra foi removida.
Uma vez cortada, a árvore virou mesa de centro.
Uma vez retirada, a pedra foi jogada no rio e nascem sobre e entre ela, lodo e algumas plantas aquáticas.
Havia na pedra uma saudade da árvore. Da sombra. Da brisa. Das folhas que caiam da árvore sobre ela no outono.
Mas havia na pedra também o medo.
O medo da morte das plantas aquáticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário