Tenho acordado sobressaltado
Dormindo as coisas têm a consistência de sonhos
Acordado, sonhos e pesadelos são sentidos nos ombros
A luz do sol me cega por uns momentos
Para depois iluminar o mundo a perceber
De alguma maneira não mais sou quem eu era
E mesmo já sendo, estou aprendendo a me ser
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
A Medusa
A medusa está morta
Eu a petrifiquei com um escudo
Nele ela se viu e virou pedra
Nele eu a vi morrendo mudo
O perigo que agora medra
É o de não conquistar tudo
O tempo que não espera
Porque é cheio de imprevistos
O espaço que eu já coubera
Por querer ser maior que isto
sábado, 21 de julho de 2012
Dionisismo
Eu bebo pra correr sem pressa.
Por não ter onde ir e estar sempre só sem estar sossegado.
Pra encontrar o anti-eu e me reconciliar comigo mesmo.
Para ver o tesouro do outro e comungarmos o instante já.
Eu bebo para me embriagar.
Com calma e depressa dar chão à emoção
Colocando a razão no seu devido lugar.
Pra correr e correr por não saber como e o que fazer.
Por não querer e nem poder me adaptar.
Eu bebo por não ter como escapar.
Por não ter onde ir e estar sempre só sem estar sossegado.
Pra encontrar o anti-eu e me reconciliar comigo mesmo.
Para ver o tesouro do outro e comungarmos o instante já.
Eu bebo para me embriagar.
Com calma e depressa dar chão à emoção
Colocando a razão no seu devido lugar.
Pra correr e correr por não saber como e o que fazer.
Por não querer e nem poder me adaptar.
Eu bebo por não ter como escapar.
domingo, 15 de julho de 2012
Vital
Quem nasce paga pra ver e viver.
À prova de paciência, de bravura, de jogo de cintura;
tudo se cria e tudo se transforma agora mesmo.
Quem nasce já dá a vida pela própria vida.
Um prato cheio para os impulsos aventureiros
e um desafio para os impulsos acomodados.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Fluir
Nascendo e morrendo
A gosto da sorte e do azar do universo
À deriva no oceano do
tempo
A esmo ao sabor do vento
Ao acaso de deus dará
Tendo só a certeza de
ser
(e ainda assim olhe lá)
Os bons impotentes são soltos
Se deixam fluir de bom grado
Vivem momento a momento
A narrativa
inconstante desse movimento
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Acordo
Estabeleci uma parceria com a vida
Fiz um pacto com o sol
E fiz o mesmo com a lua
Enquanto eu cresço nessa terra
Um vai dar a força que me falta
A outra será uma musa inspiradora
De dia movimento e de noite pensamento
Em troca serei o que sou: filho da natureza
Eis o meu reconhecimento
Fiz um pacto com o sol
E fiz o mesmo com a lua
Enquanto eu cresço nessa terra
Um vai dar a força que me falta
A outra será uma musa inspiradora
De dia movimento e de noite pensamento
Em troca serei o que sou: filho da natureza
Eis o meu reconhecimento
segunda-feira, 12 de março de 2012
Baldeação
Já que não tenho lugar no mundo
Serei nômade na vida
Passarei leve pelas tempestades
E terei bons dias nos dias de tempo bom
Assim serei todo o caminho
E também todo o presente
Sem passado, futuro e nem destino final
Apenas de passagem pelo aqui e pelo agora
Serei nômade na vida
Passarei leve pelas tempestades
E terei bons dias nos dias de tempo bom
Assim serei todo o caminho
E também todo o presente
Sem passado, futuro e nem destino final
Apenas de passagem pelo aqui e pelo agora
quarta-feira, 7 de março de 2012
Espiral
Nada foi ou será; tudo apenas é.
E é para sempre,
contendo todas as coisas que existem em tudo.
O movimento não é tempo.
Tempo e movimento apenas fazem parte desse todo.
Quem vai não necessariamente volta.
E quem fica não necessariamente parte.
Não existe partida nem chegada.
Nada foi ou será; tudo apenas é.
Único e constante
e em espiral.
E é para sempre,
contendo todas as coisas que existem em tudo.
O movimento não é tempo.
Tempo e movimento apenas fazem parte desse todo.
Quem vai não necessariamente volta.
E quem fica não necessariamente parte.
Não existe partida nem chegada.
Nada foi ou será; tudo apenas é.
Único e constante
e em espiral.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Edição única e limitada
Às vezes escrever vem da necessidade de se escrever em si mesma. Girar a caneta e desenhar linhas sinuosas, as palavras, e tendo em mente coerência e caso queira, fazendo vista grossa à coesão. Mas também não é de todo mal pegar na pena seja qual for, e negligenciar eventualmente a coerência. Essas vontades vem do escrevinhar, do desejo de desenhar símbolos de idéias para olhá-las e quem sabe as digerir com mais clareza ou as amaldiçoar. É uma questão de contemplação para ter a chance de deixar tudo de acordo com o calor do pulsar do coração usando o frio maquinismo da cabeça. As palavras não se calam em momento algum em nossas mentes e os sentimentos são fluxos eternos no nosso coração. Essas vontades vêm quando estamos partidos. E sempre estamos partidos.
sábado, 7 de janeiro de 2012
RE: Just in case
Códigos de arbitrariedade
- Quando tudo dá certo são as coincidências travestidas de destino.
- Quando tudo dá errado são os acasos idealizados pelo revés.
- Diante dos feitos que se dão por concreto, ali agiram sob perseverança.
- Diante dos fatos que traíram às intenções, tem-se tal como tinha e sempre terá a vida como ela é.
- Atrás dos bons ventos segue a espiritualidade.
- Atrás da seca e da tempestade lá empurra a
- resignação.
- O poder é divino, o querer é carnal e o non-sense uma caricatura do real.
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