quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Temporal

A morte chegará sempre cedo.
Para os que dela nasceram sem medo.
Veja! Aqui está ela!
Nos paridos do seu finado ventre.
Embora não tenha ninguém doente.
Vai surgir numa tomada de consciência súbita.
Ainda que não haja ser algum em suas últimas.
Implodirá cristalina e bela.
Em formato de raio, bem nítida, sincera.
Seremos cegados então por um clarão.
E logo ensurdeceremos com um trovão.
Ela é a epifania da lágrima e da chuva.
Será sempre precoce, mas também de indescritível beleza.
Benção e maldição, alegria e tristeza.
A morte é parte da nossa natureza.

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