terça-feira, 1 de junho de 2010

A história de Celeste

Essa é a história de Celeste. Uma mulher que de tanto que engravidava, já tinha uma fila de bebês em seu corpo para chegar ao útero, sem que pra isso precisasse existir necessariamente copulação.
Cytoleste era seu apelido, depois de inúmeros comprimidos de Cytotec engolidos.
Todos eram nomeados por Celeste.
O critério era ou a novela das 21 horas, ou um personagem de um filme ou às vezes a junção de “Celeste” com o seu atual romance.
Cytoleste perdia peso, saúde, vontade de viver.
Sempre enjoada parava na farmácia a fim de curar de suas náuseas.

- Tem muita criança aí, Celeste! Abre a boca! Estou vendo umas perninhas...
- Celeste, toma rumo na vida!
-Celeste, isso não é vida!
-Celeste, amor da minha vida!

Cytoleste e seus bebês. Celeste e seus fetos disformes. Eles definhavam. A fila não se via mais final e Celeste estava perto do fim.
Após sentir uma pontada na barriga e fazer um sinal da cruz, Celeste morreu com João na barriga. Não o primeiro, mas o terceiro e último João dos 55 filhos que cruzaram o corpo de Celeste rumo ao vaso sanitário.

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